Há outra fração notável da soja: as isoflavonas, identificadas como fitoestrógenos por ter uma estrutura semelhante ao hormônio feminino. "Estudos sugerem a redução da ocorrência de doenças crônicas como câncer, problemas coronarianos, osteoporose, distúrbios renais e sinais da menopausa", diz o dr. Álvaro Morais.
O alto consumo de soja por parte da população, aliás, é uma das explicações para a baixa incidência de câncer de mama e de útero no Oriente - apenas de quatro a cinco em cada 100 000 mulheres da Coréia morrem em decorrência de tumor nos seios, enquanto nos Estados Unidos a taxa de mortalidade é de uma para cada 35. Também há a diminuição de sintomas da menopausa entre japonesas, chinesas e coreanas (25% em comparação aos 85% das americanas). Essas vantagens desaparecem quando as orientais trocam o país de origem pelos EUA e modificam seus hábitos alimentares.
Contudo, ainda é cedo para garantir que a soja previne tumores nos seios. As pesquisas mostram dados conflitantes.
Não se sabe ainda se o uso de fitoestrógenos é 100% seguro para quem apresenta histórico ou fator de risco importantes para o câncer de mama (mãe, tias ou irmãs que tiveram a doença). Dois trabalhos verificaram que em vez de deter as células defeituosas, como já havia ocorrido em investigações anteriores, a ingestão de isoflavonas favoreceu a multiplicação delas.
Por outro lado, um estudo australiano publicado na revista inglesa The Lancet registrou um menor índice de câncer dos seios entre as mulheres com altas concentrações de fitoestrógenos na urina.
Um parêntese que favorece o homem: as isoflavonas da leguminosa, como a genisteína e a daidzeína, parecem inclusive ter ação contra o câncer de próstata, com a vantagem de não produzir efeitos feminilizantes no sexo masculino.
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